terça-feira, 11 de março de 2014

ACERCA DO CONFORTO DA MENTIRA - Na guarita, de Jaque Plucênio



Acerca do conforto da mentira
                                                                                     Jaque Plucênio
          Tenho pensado nos últimos dias em como nós, humanos, nos sentimos desconfortáveis acerca da verdade, seja uma verdade sobre nós mesmos ou sobre os outros. Somos até mesmo tomados por um mal-estar, aversão ou náusea. Alguns de nós não queremos ser o que somos e boa parte da sociedade não quer que alguns de nós sejamos o que somos. Mas não é apenas a questão de ser que incomoda; o ter é bastante perigoso, também, para o conforto da mente do outro.
         É um caso em que o não-ser e o não-ter tornam a vida em sociedade possível, sem grandes julgamentos, apontamentos e rejeições. Geralmente, apesar disso, todos sabem o que somos e muito mais nós mesmos, é claro, e é isso mesmo que significa compreender que determinada mentira é mais confortável que qualquer verdade.
         Não, não. Muitas vezes cobrimos os ouvidos, fechamos os olhos e seguimos adiante com a mentira do outro. Não é fácil ter que formar juízo ou tomar decisões se o outro, quebrando as regras do bom andamento da vida em grupo, resolver abrir o bico e falar a verdade; a pior ou a menor delas, não importa. O desconforto da verdade nos leva à beira do abismo. É ali que precisamos fazer a escolha. Ficamos seguros aqui no alto, nesse não-ser em que pisamos com segurança, ou mergulhamos no ser do outro, sabendo que talvez não suportemos o tombo?
         Principalmente nessa era de redes sociais percebemos que é fácil vender o que não somos e não ser o que somos. Aparentemente, as pessoas tranquilizam-se mais com o que não é dito, com nossas omissões, e pouco se assustam quando largamos uma mentirinha “inocente” ou até mesmo quando vivemos uma vida de mentiras, ou seja, uma vida que não é. Ou que não tem.
         Sobre nós mesmos, são principalmente nossos pais os que menos se interessam em ouvir nossas verdades. Muitos respiram aliviados com a mentira ou a omissão do filho, pensando: “Que bom, eu posso viver com grandes mentiras, mas não suportaria uma pequena verdade.”
         E a coisa mais engraçada – ou absurda – sobre a mentira é que o motivo dela ser confortável é o fato de que isso “força” o mentiroso a manter a máscara e um estilo de vida que não possui, para satisfazer aos outros, como se eles – e suas opiniões – fossem a essência de sua própria existência.
         Assim, creio que se um dia os homens descobrirem que Deus não existe, eles continuarão acreditando, porque isso sempre será mais confortável. Já pensaram se não houver nada depois daqui?
 

Para escrever este livro, foi necessário mobilizar uma grande coragem, que será igualmente indispensável para que alguém o leia. As teorias e provas, que ele contém, não se ajustam à Arqueologia tradicional, tão laboriosamente desenvolvida e tão solidamente cimentada. Os especialistas do ramo não o levarão a sério ou o colocarão na lista negra das obras que melhor seria não mencionar. De sua parte, os leigos preferirão encaramujar-se em seu mundo familiar quando verificarem que a descoberta do passado envolve maiores mistérios e requer mais audácia que uma antevisão do futuro.
Não obstante, uma coisa é certa: há algo de errado no passado longínquo, que dista de nós milhares e milhões de anos. Esse passado repleto de deuses desconhecidos, que visitaram a Terra primitiva em espaçonaves por eles tripuladas...
Há algo errado em nossa Arqueologia! Porque estamos encontrando acumuladores elétricos que datam de muitos milhares de anos. Porque nos defrontamos com seres estranhos, que usam trajes espaciais com fechos de platina. Porque achamos números com quinze casas - e nenhum computador os colocou ali. Mas de que maneira aqueles homens primitivos puderam adquirir a capacidade de criar tantas coisas inacreditáveis?
Há algo errado também no campo da religião. Em regra, todas elas prometem ajuda e salvação à humanidade. Os deuses primitivos fizeram igualmente as mesmas promessas. Por que não as cumpriram? Por que usaram armas avançadíssimas para combater atrasadíssimos povos? E por que planejaram seu aniquilamento?
Familiarizemo-nos com a perspectiva de que nosso mundo de idéias, forjado e desenvolvido durante milênios, está para desmoronar. Poucos anos de acurada pesquisa foram suficientes para arrasar os redutos mentais em que tranqüilamente vivíamos. Conhecimentos até há pouco escondidos em bibliotecas e arquivos de sociedades secretas estão sendo agora revelados. A era das conquistas espaciais já não comporta segredos. As incursões no espaço, que visam a descoberta de outros corpos celestes, também nos levam ao passado longínquo. Deuses e sacerdotes, reis e heróis emergem de trevas abissais... Podemos intimá-los a desvendarem seus segredos, pois temos meios de tudo descobrir sobre nosso passado, sem quaisquer hiatos, se a isso realmente nos dispusermos.
Modernos laboratórios devem tomar a seu cargo toda pesquisa de natureza arqueológica. Os arqueólogos devem examinar com aparelhos hipersensíveis de medição as áreas em que se desenvolveram civilizações há muito extintas.
Sacerdotes, que buscam a verdade, têm de voltar, uma vez mais, a duvidar de tudo quanto está firmemente estabelecido.
Os deuses do nebuloso passado deixaram inumeráveis pistas que só hoje podemos decifrar e interpretar, pela primeira vez, porque o problema das viagens interplanetárias, tão característico de nossa época, já não era problema, mas realidade rotineira, para homens que viveram há milhares de anos. Pois eu afirmo que nossos antepassados receberam visitas do espaço sideral na mais recuada Antiguidade, embora não me seja ainda possível determinar a identidade dessas inteligências extraterrestres, ou o ponto exato de sua origem no Universo. Não obstante, proclamo que aqueles "estranhos" aniquilaram parte da humanidade existente na época e produziram um novo - senão o primeiro - Homo sapiens.
Esta afirmativa é revolucionária. Abala até os alicerces um arcabouço mental que parecia tão solidamente construído. Meu objetivo é tentar fornecer provas de sua veracidade.
(ERICH VON DÄNIKEN, em Eram os deuses astronautas?, Círculo do Livro, São Paulo, 1968, p. VII e VIII, Introdução).

O que há? Existe um Deus? Ou deuses? Ou seres superiores, apenas astronautas extraterrestres? Qual a verdade que virá? Qual a que fenecerá? Qual permanecerá? Será que acreditar que há uma inteligência que determinou tudo como aí está é o que não poderá ser questionado? Isso é o que há? Nós poderíamos ser gerados de um nada ininteligível?
O medo talvez nos imobilize, nos faça não querer ver, mas a curiosidade nos fará dar um passo adiante. E outro, e outro, e outro, e outro...