segunda-feira, 1 de julho de 2013

ACORDANDO A MORTE

ACORDANDO A MORTE

Como dormia tranquila, velha e sonolenta.
Tinha a cara suja, escura e nojenta.
Há anos dormia desatenta do tempo de minha vida.
Louca, solitária e vagabunda, adiava minha partida.
Não venha, então, criatura triste e feia!
Deixa-me a respirar, a sentir os pés na areia!
Não preciso de ti, pútrida imortal!
Não quero teu beijo fétido, frio e fatal.
Dorme, dorme tranquila teu sono gelado.
Esquece minha imperceptível existência;
Mantém tua inexplicável paciência.
Eu não vou para ti, fantasmagórico ser abandonado.
Quê!?! Acorda, maldita, acorda com meus gritos!
Por que caminha, agora, com pressa, em minha direção?
Nossa paixão é loucura, devaneios, mitos!
Não, afasta tua mão do meu coração!
Maldita, dormias! Por que sempre chegas?
Não podes poupar-me, eu, que te deixei em paz?
A angústia embalada em tuas mãos negras;
O sopro de vida, nunca mais, nunca mais.
                                 JAQUE PLUCÊNIO (010713)



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