O
riso do menino
Jaque Plucênio
O
riso com que se ria à exaustão;
O
riso como brincadeira de criança;
O
riso e o menino cresciam juntos;
O
menino grande ria um grande riso.
Ri
o menino da graça e sem razão;
O
menino ri, ri e não cansa;
Risos
soltos de seus mundos;
Ri
sem juízo e sem ciso.
O
menino ria à loucura;
Gargalhava
dos outros e de si;
Riso
misto de leveza e dureza;
Alegria
bombando nas veias.
Escapou
riso triste de tortura;
Lágrimas
do menino que não ri;
Dor
terrível da incerteza.
Do
menino, o riso calado;
No
peito, coração apertado;
Olhar
vazio e cansado.
Menino,
menino, ah, teu riso!
Te
abraço, menino; preciso!
Menino,
homem grande e criança,
Recebe
num abraço a esperança
De
ouvir por toda vida teu riso,
De
ver para sempre teu sorriso.
(Depois do purgatório II - Claudia Rogge)
Imagem copiada de www.grupodeliriodeteatro.blogspot.com.br/2014/02/satyricon-delirio-claudia-rogge.html, em 28 de abril de 2015.